Geschichte: O Talento do Atleta

As ruas da antiga Élis estavam cheias e movimentadas. Homens e mulheres vestindo túnicas cuidavam de seus afazeres, comerciantes empurravam carrinhos cheios de mercadorias para vender no mercado, e crianças brincavam pelas ruas de terra batida.
Mas Elpidios estava sentado com a cabeça entre seus joelhos. Ele tinha viajado à Élis para seguir seu sonho e se tornar um atleta. Mas ele era um pobre fazendeiro, e não podia pagar por um treinador.
Todos os treinadores concordavam que ele tinha talento. Mas eles não queriam alunos que tivessem talento. Eles queriam alunos que tivessem dinheiro.
“Sonhando com os Jogos Olímpicos?” veio uma voz.
Elpidios levantou a cabeça. Um homem idoso com uma longa barba estava falando com ele.
“Sim,” suspirou Elpidios. “Eu sou rápido. Sei que posso ganhar a corrida pelo estádio, se eu treinar. Mas não posso pagar um treinador. Sou um fracassado. Viajei metade da Grécia —”
“Cale a boca e levante-se,” interrompeu o velho senhor, severamente.
Elpidios levantou-se, um pouco chocado.
“Eu não sou um treinador,” disse o velho senhor. “Mas sei que você tem talento. Sei que, se acreditar em seu sonho, pode alcançá-lo. E sei como posso ajudá-lo.”
Elpidios e o homem misterioso se encontravam ao nascer do sol todos os dias. O homem ajudava Elpidios a exercitar-se, a melhorar sua técnica, e a desafiar-se a correr mais e mais rápido. À noite, Elpidios dividia seu jantar com o homem. Não havia outro pagamento.
Meses se passaram, até que finalmente os Jogos Olímpicos começaram. Elpidios se registrou como competidor. Os outros atletas eram mais altos que ele. Eles usavam belas túnicas coloridas e joias. Eles riram de Elpidios quando ele chegou com o velho senhor ao seu lado.
“Lembre-se de tudo que eu lhe ensinei,” disse o velho homem antes da corrida começar. “Mas, mais importante que tudo, lembre-se que agora você é um atleta Olímpico. Viva o seu sonho.”
Os atletas tiraram suas roupas e alinharam-se em uma extremidade do estádio. Elpidios colocou o pé contra a pedra de partida. Respirou profundamente. A outra extremidade do estádio parecia muito distante. Então a corda caiu, e os corredores dispararam como relâmpagos.
Após a corrida, o velho senhor encontrou Elpidios com a cabeça entre os joelhos, fora do estádio.
“Segundo lugar é um feito extraordinário,” disse o treinador.
“Mas eu não venci. Não receberei nenhuma honra. Falhei!”
“Eu tenho apenas uma lição restante para lhe ensinar, Elpidios. Quarenta anos atrás, eu era um fazendeiro, como você. Sonhei em competir nos Jogos Olímpicos. Alcancei meu sonho. Corri na corrida. Fiquei em segundo lugar.”
Elpidios ficou surpreso. “O que você fez depois?”
“Eu fiquei com raiva. Eu fiquei envergonhado. Nunca mais corri. Desperdicei meu talento.”
O velho ofereceu sua mão e puxou Elpidios, levantando-o.
“Não cometa meu erro.”